Há algum tempo atrás, li um artigo no New York Times (What Google Learned From Its Quest to Build the Perfect Team) que trazia pontos bem relevantes quanto a construção de times de alto desempenho e quais os aspectos que influenciavam esse processo. Essa foi uma pesquisa desenvolvida ao longo de 4 anos onde o Google contratou uma equipe de especialistas para estudar de maneira abrangente esse tema. Foi denominado como projeto Aristóteles. Em razão da máxima do filósofo: “O todo é maior que a soma das partes”.
Uma das principais características das equipes de alto desempenho, entre as 5 listadas por eles está a “segurança psicológica”, que trata da liberdade que os membros dessa equipe têm para falar/opinar/sugerir sem receber algum tipo de censura prévia, além da liberdade para tentar o novo sem ser punido pelos pequenos erros, caso ele ocorra. E esses são os pontos essenciais quando falamos da construção da confiança nas equipes de alto desempenho.
A confiança tem se apresentado como um dos pontos essenciais na melhora significativa do desempenho e na disposição de equipes, principalmente quando o assunto é a colaboração. Ao longo dos últimos 2 anos, temos atuado com diversas equipes em diversas organizações, contribuindo com elas no aperfeiçoamento da colaboração, com resultados bem significativos. E tenho visto que muitas dessas empresas estavam atentas para as necessidades de mudança para incentivar um ambiente mais colaborativo para suas equipes em busca de melhores resultados, visto que o ambiente de negócio tem se tornado mais complexo e desafiantes (VUCA). O que víamos como modelos que antes funcionavam, hoje precisam ser revistos e readequados com as novas necessidades do ambiente de negócio.
O economista americano Paul J. Zak, que atua na área de neuroeconomia da Universidade de Claremont, na California, desenvolveu uma pesquisa nas últimas duas décadas sobre o impacto da confiança nos resultados da equipe e o impacto nas organizações. Pesquisa essa que está no livro Trust Factor: The Science of Creating High Performance Companies. Ele chegou à conclusão que empresas com a evolução para um patamar elevado de confiança gerou um aumento da receita por empregado em 10.000 US$ por ano, estudo com 300 grandes organizações nos EUA.
O número de metodologias com foco no processo de autonomia dos membros da equipe tem aumentado e algumas delas, quando bem implantadas, conseguem resultados bem significativos. Ex Agile, Design Thinking, Sociocracia. Essas metodologias para que funcionem de forma adequada, requer que as pessoas dessa equipe tenham autonomia e confiança nas relações/interações e processos em prol de um objetivo ou resultado, além de papéis claros. Quando o ponto crucial é autonomia, mais desafiante fica o processo do relacionamento entre os membros da equipe.
Outro aspecto refere-se as organizações responsivas, aquelas que são ágeis na resposta da necessidade do mercado e inovação. E três características são essenciais: Times trabalhando com autonomia, pessoas empoderadas para mudar a própria realidade e processos transparentes.
Em tempos de transformação digital, agilidade, responsividade e inovação, sempre teremos como um dos pontos essenciais as relações Humanas nesse processo e a confiança/colaboração é parte importante nesse contexto. A confiança gera lucro!